O Beiral
76 ANOS
O Beiral foi crescendo e a Mitza, num pensamento abrangente, decide formar educadoras para dar corpo
ao seu sonho. Cria então o Instituto de Educação Infantil (escola de formação de educadores) e, para tal, muda o Beiral para a Quinta da Fonte em Benfica, funcionando o Instituto e a Escola Beiral no mesmo local, de modo a que a base pedagógica abranja facilmente toda a escola.
Esta iniciativa é da maior importância, uma vez que neste
Instituto se vai consolidar uma cultura pedagógica
e profissional própria, que constitui uma referência
para gerações sucessivas de educadores de infância.
Maria José Jardim
Se considerarmos o Homem na sua estrutura integral, veremos que ele não é só intelecto, mas sim um conjunto de corpo e alma que convém desenvolver harmoniosamente. É esse desabrochar equilibrado de todas as suas faculdades, tanto anímicas como físicas, num ambiente de alegria e saúde, que no Jardim de Infância se propõe dar à criança um alto sentido da sua existência.
Mitza, 1946
A história do Beiral
Na primeira metade do século XX, inicia-se em Portugal uma transformação no olhar sobre
a Criança.
Maria Teresa Andrade Santos (Mitza), regressada dos Estados Unidos da América e de alguns
países da Europa, onde estudou a Criança e como esta era entendida pelas mais modernas
correntes do tempo, decide fundar o Beiral a 3 de Novembro de 1948.
O primeiro Beiral abre com cinco crianças, uma professora e uma cozinheira, numa cave perto das Amoreiras. Atinge as vinte e cinco crianças no final desse mesmo ano.
A Escola Beiral, com o Jardim de Infância e o Ensino Primário, constituíram parte integrante do Instituto de Educação Infantil, servindo-lhe de campo experimental. O Instituto fecha as suas portas em 1977, mas a Escola Beiral continua
a funcionar, fiel ao projeto inicial, ocupando, a partir daí, a totalidade das instalações.
A Mitza criou à sua volta uma verdadeira comunidade educativa, sem alarde, com simplicidade, numa atmosfera de grande beleza e alegria. Sempre atenta ao outro,
numa atitude de serviço, todos tinham o seu lugar e todos os trabalhos eram
devidamente valorizados.
Maria José Jardim